Formação da Terra e da Lua
A Origem da Terra
A história da formação da Terra começou há cerca de 4,6 bilhões de anos nos mesmos padrões da formação do sol e dos planetas, seguindo um modelo de formação baseado na instabilidade gravitacional em uma densa nuvem molecular interestelar. Dessa forma, acredita-se que Terra foi criada a partir dos restos de estrelas mortas, que recolheram-se em uma gigante nuvem de gás. Por sua vez, essa nuvem de gás se tornou mais densa em seu centro, formando um disco de acreção. Em que pequenas partículas começaram a se aglomerar, e criaram objetos cada vez maiores, e maiores, até formar os objetos que chamamos hoje de “planetas” [1].
A Formação do Núcleo
A formação do núcleo da Terra está intimamente ligada à maneira como o planeta se agregou. Os pesquisadores acreditam que pequenos corpos (também chamados, planetesimais), os quais se acumularam com rapidez suficiente, podem ter derretido e se diferenciado devido ao decaimento de radioisótopos de vida curta. Para corpos do tamanho da Terra, os estágios finais de acreção envolveram impactos entre objetos de tamanho comparável, muitos dos quais provavelmente já estavam diferenciados. Esses impactos foram suficientemente energéticos para derreter grandes porções do planeta, embora a extensão lateral do derretimento e o tempo de vida dos oceanos de magma resultantes sejam atualmente pouco compreendidos. A segregação metal-silicato, necessária para a formação do núcleo, pode ocorrer por vários mecanismos, dependendo do grau de fusão. Em um oceano de magma, por outro lado, a separação do ferro fundido dos silicatos é muito rápida e eficiente. A própria formação do núcleo libera energia gravitacional e, assim, gera mais aquecimento. Assim, uma vez que a Terra cresceu o suficiente, o derretimento e a formação do núcleo foram inevitáveis [2].
A Lua
Ainda nessa época, quando o sistema solar era jovem e caótico, um objeto menor que a terra, mas tão grande quanto Marte, colidiu com o nosso planeta. O impacto foi tão violento que de acordo com alguns pesquisadores promoveu a vaporização do Impactor e de uma porção substancial do manto da Terra. Materiais da Terra foram estilhaçados para fora de órbita, e formaram a Lua, que é o maior satélite em relação ao seu planeta do sistema solar [3].
A Formação das Camadas Terrestres e o Surgimento do Campo Magnético
A Terra primitiva era quente e constantemente atingida por asteroides, contendo mares de lava e uma atmosfera tóxica. Mas alguma coisa estava prestes a mudar drasticamente. A Terra esfriou e a água do interior do planeta subiu para a superfície, caindo novamente em forma de chuva, em um ciclo de evaporação-condensação-precipitação. Milhões de asteroides trouxeram mais e mais água para o nosso planeta. Então, gradualmente, a Terra esfriou-se, e a superfície formou uma fina crosta.
Por sua vez, dentro da Terra, a rocha quente continuava a girar, movendo a crosta por baixo e quebrando-a. Esse processo chamado de “Tectônica de Placas” está acontecendo agora mesmo. À medida que as placas da crosta terrestre se encontravam, elas também se desfaziam criando grandes montanhas ou fendas profundas [4].
Nós habitamos a crosta que pode variar entre 5 e 70 quilômetros de espessura. Após a crosta, vem o manto, uma formação rochosa de silício que tem cerca de 2.900 km de espessura.
O manto é constituído do manto superior e inferior:
- O superior tem diferentes regiões, sendo sua parte superior a qual carrega a crosta com característica viscosa e chamada de Litosfera. Em seguida, vem a Astenosfera que consiste de material menos móvel e majoritariamente sólido.
- O manto inferior se estende profundamente até a parte externa do núcleo.
O núcleo externo da Terra é uma camada líquida de ferro e níquel, com cerca de 2.266 km de espessura. As temperaturas variam de 4,000 ℃ a 5700 ℃. E no centro, tem o núcleo interno. É majoritariamente sólido, uma bola feita de liga de ferro-níquel, com um raio de cerca de 1.200 quilômetros, quase 70% do tamanho da lua e aproximadamente a temperatura da superfície do sol [2; 4].
Ao núcleo interno é atribuído o campo magnético da terra. Um fenômeno invisível que desvia partículas de alta energia que vem do sol e de outras fontes, permitindo um ambiente estável com relativamente pouco impacto de radiação na Terra [2; 4].
Autor
Leonam Coutinho
Referências Bibliográficas
- WETHERILL, George W. Formation of the Earth. Annual Review of Earth and Planetary Sciences, v. 18, p. 205-256, 1990.
- RUBIE, D. C.; NIMMO, F.; MELOSH, H. J. Formation of Earth's core. Evolution of the Earth, v. 9, p. 51-90, 2007.
- O'NEILL, H. St C. The origin of the Moon and the early history of the Earth—A chemical model. Part 2: The Earth. Geochimica et Cosmochimica Acta, v. 55, n. 4, p. 1159-1172, 1991.
- Kurzgesagt - In a Nutshell, Everything You Need to Know About Planet Earth. Youtube, 4 de ago. de 2014.